Um médico de 65 anos e sua esposa de 44 foram indiciados nesta sexta-feira, 19, pela Polícia Civil do Tocantins pela prática dos crimes de estupro majorado e assédio sexual, após investigações realizadas pela 6ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e Vulneráveis (DEAMV) e pela 63ª DP, ambas de Paraíso do Tocantins.
O delegado José Lucas Melo ressalta que este é o segundo inquérito concluído em que o casal é indiciado pela prática de crimes sexuais, e dessa vez, cometidos contra uma adolescente de 15 anos, que a época dos fatos, cerca de 10 anos atrás, era babá dos filhos do médico e morava na residência dos indiciados.
O delegado José Lucas informou que, a vítima, hoje com 25 anos, ao tomar conhecimento de que o casal tinha sido indiciado por estupro praticado contra uma sobrinha da mulher do médico, há algumas semanas, criou coragem e foi até a sede da delegacia especializada e denunciou que também teria sido vítima dos dois.
“Essa segunda vítima trabalhou como babá por algum tempo na casa do médico e além de ter sofrido abusos sexuais e também assédio, presenciou os crimes praticados contra a sobrinha da esposa do médico, mas na época dos fatos, foi ameaçada pela mulher para não denunciar os fatos”, frisou a autoridade policial.
Os crimes
Com base no depoimento desta segunda vítima e no aprofundamento das investigações, a Polícia Civil verificou a veracidade das investidas do médico com o intuito de satisfazer a própria lascívia. “Mesmo contando os fatos, para a esposa do autor, ela novamente permaneceu inerte e nada fez para cessar os abusos”, frisou a autoridade policial.
As investigações também revelaram que os abusos chegaram a tal ponto de algumas vezes a moça acordar com o investigado em cima dela. “Com medo, ela passou a se trancar em alguns cômodos da residência, mas não aguentou e mesmo precisando do dinheiro teve que ir embora”, frisou o delegado.
Novos indiciamentos
Com o encerramento das investigações, o médico foi indiciado por estupro majorado, pois a vítima tinha menos de 18 anos a época dos fatos, e assédio sexual, uma vez que o indivíduo se valia da condição de patrão a fim de constranger a vítima e facicitar a prática dos crimes.
A mulher, esposa do médico, foi indiciada pelos mesmos crimes do marido, visto que tinha o dever de evitar os abusos, mas nada fazia, e também pois foi ela que levou a menor para morar em sua residência. Além disso, com base nas investigações, foram concedidas medidas protetivas para vítimas e testemunhas dos dois casos.
O inquérito agora foi concluído e remetido ao Poder Judiciário com vistas ao Ministério Público para a adoção das medidas legais cabíveis. Conforme explica o delegado José Lucas, os crimes praticados pelo médico, com anuência de sua esposa contra as duas vítimas, são de extrema gravidade e revelam um padrão de comportamento que se repetiu contra duas vítimas, que eram menores de idade, e eram constantemente ameaçadas para não denunciar os abusos.
“As duas vítimas, ambas menores de idade, foram submetidas a todo tipo de abuso físico e psicológico, por uma pessoa que não teve o menor escrúpulo em se utilizar de sua condição de tio e patrão para cometer e ocultar os fatos”, frisou.
Medidas protetivas foram concedidas em favor das vítimas e das testemunhas do caso. A autoridade policial destaca que qualquer pessoa que tenha sido vítima deve procurar a delegacia mais próxima, onde receberá o apoio devido.
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